Sobre o Cazuza
Amigos do aerolitos
Eu ia dar minha opinião sobre a discussão causada pelo post do dia 17/01 sobre o Cazuza nos comentários do blog, porém o que eu escreví ficou um pouco grande, logo vou postar por aqui mesmo. Isso é até bom, já que dá pra ampliar um pouco mais o debate. Abraços!
Na minha opinião, o problema não está no cazuza e nem na vida que ele levava (isso era problema dele), mas sim no que ele representa. como é sabido, a cultura é transmitida por meio de símbolos, ou seja, sinais que tem um significado além deles mesmos. quando vemos o logo da coca-cola por exemplo, vêm a nossa memória, por uma série de motivos, as idéias de sede, refrescância, e todos os outros motivos que nos fazem beber uma coca-cola.
O Cazuza também é um símbolo... o que assusta são as coisas contidas nesse símbolo e a idéia de consumo ligada a ele. o filme tenta vender a imagem de um contestador de costumes, de um homem que tinha seu valor ligado não a arte que fazia, mas sim às suas idéias, tratadas por revolucionárias, que poderiam transformar o mundo em que vivemos.
E certamente elas são isso tudo... agora, o problema é a idéia da transformação pela transformação, a idéia de que afirmar seus ideais é sempre positivo, sendo eles quais forem. a juventude agora adota um guevara, por exemplo, dizendo que ele lutou. mas normalmente não pergunta pelo que ele lutou. se perguntasse, certamente não usaria camisetas com sua foto!
Com o cazuza acontece a mesma coisa... como integrante do mundo pop, ele era um símbolo (até o papa é pop, como disse uma certa banda há um certo tempo atrás, numa das ironias musicais menos compreendidas da história da música brasileira) e como símbolo, a imagem dele transcende, vende outros comportamentos, outras necessidades que estão, necessáriamente, subentendidas. O que deve ser questionado, e essa foi a intenção do aerolitos ao publicar o e-mail sobre o cazuza, foi causar esse questionamento do cazuza como símbolo e, principalmente, do que tem por trás desse símbolo...
Mudar por mudar, usar o inconformismo das pessoas com suas próprias vidas para erguer "estranhas catedrais" é o que assusta. no fim das contas, trata-se da criação de um moto-contínuo social (!?), de grande exército de "rebeldes sem causa" prontos pra mudar o mundo, mesmo sem saber o que precisa ser mudado; prontos pra lutar, tanto faz o motivo da luta. um grande exército de marionetes.
tráfico de drogas? promiscuidade? um cara que só subiu por ter um pai influente? isso é revolucionário? isso é contestador? por essas e outras que nosso blog diz para quem quiser ler: quando a revolução é mainstream, toda mudança é reacionária!
abraços para todos!
Eu ia dar minha opinião sobre a discussão causada pelo post do dia 17/01 sobre o Cazuza nos comentários do blog, porém o que eu escreví ficou um pouco grande, logo vou postar por aqui mesmo. Isso é até bom, já que dá pra ampliar um pouco mais o debate. Abraços!
Na minha opinião, o problema não está no cazuza e nem na vida que ele levava (isso era problema dele), mas sim no que ele representa. como é sabido, a cultura é transmitida por meio de símbolos, ou seja, sinais que tem um significado além deles mesmos. quando vemos o logo da coca-cola por exemplo, vêm a nossa memória, por uma série de motivos, as idéias de sede, refrescância, e todos os outros motivos que nos fazem beber uma coca-cola.
O Cazuza também é um símbolo... o que assusta são as coisas contidas nesse símbolo e a idéia de consumo ligada a ele. o filme tenta vender a imagem de um contestador de costumes, de um homem que tinha seu valor ligado não a arte que fazia, mas sim às suas idéias, tratadas por revolucionárias, que poderiam transformar o mundo em que vivemos.
E certamente elas são isso tudo... agora, o problema é a idéia da transformação pela transformação, a idéia de que afirmar seus ideais é sempre positivo, sendo eles quais forem. a juventude agora adota um guevara, por exemplo, dizendo que ele lutou. mas normalmente não pergunta pelo que ele lutou. se perguntasse, certamente não usaria camisetas com sua foto!
Com o cazuza acontece a mesma coisa... como integrante do mundo pop, ele era um símbolo (até o papa é pop, como disse uma certa banda há um certo tempo atrás, numa das ironias musicais menos compreendidas da história da música brasileira) e como símbolo, a imagem dele transcende, vende outros comportamentos, outras necessidades que estão, necessáriamente, subentendidas. O que deve ser questionado, e essa foi a intenção do aerolitos ao publicar o e-mail sobre o cazuza, foi causar esse questionamento do cazuza como símbolo e, principalmente, do que tem por trás desse símbolo...
Mudar por mudar, usar o inconformismo das pessoas com suas próprias vidas para erguer "estranhas catedrais" é o que assusta. no fim das contas, trata-se da criação de um moto-contínuo social (!?), de grande exército de "rebeldes sem causa" prontos pra mudar o mundo, mesmo sem saber o que precisa ser mudado; prontos pra lutar, tanto faz o motivo da luta. um grande exército de marionetes.
tráfico de drogas? promiscuidade? um cara que só subiu por ter um pai influente? isso é revolucionário? isso é contestador? por essas e outras que nosso blog diz para quem quiser ler: quando a revolução é mainstream, toda mudança é reacionária!
abraços para todos!