27.11.04

Provas, provas e mais provas

Eu estava lendo uma reportagem sobre blogs outro dia desses que falava sobre a tal "crise do segundo mês" que os blogs costumam enfrentar. A idéia é basicamente a seguinte: a pessoa se empolga, cria um blog e depois acaba desencanando dele... isso rola mais ou menos depois de um mês ou dois de sua criação.

Bem... o Aerolitos já completou dois meses e, nas últimas semanas, ele não vem sendo muito atualizado. crise de segundo mês??? as idéias dos Pereiras secaram??? Não, nada disso. O que acontece é que estou na semana de provas do meu último semestre na faculdade. Ou seja, se der tudo certo, no fim da semana que vem eu já estarei formado.

Formado... essa é uma sensação bem estranha. A palavra formado lembra pronto, preparadado para fazer alguma coisa. Mas a única sensação que o fim da faculdade dá é a de que não aprendemos porcaria nenhuma e que não estamos formados para nada. É muito estranho quando alguém vira pra você e diz: 'Ei, você já está formado!'

São aqueles momentos de transição... o aniversário de 18 anos, o dia de tirar carteira de motorista, jurar a bandeira no exército. Agora vem o baile de formatura. Depois disso, os ritos de passagem ficam pra trás, o ciclo está completo (será?).

Voltando ao assunto deste tópico, em breve este blog voltará ao normal!

21.11.04

O pior filme do ano



O troféu aerolitos de pior produção cinematográfica deste ano vai para o último lançamento do cultuado diretor Almodóvar.

'Má educação' fala sobre a história de dois garotos que sofreram assédio sexual quando estudaram em um colégio católico. Surfando na onda das denúncias de pedofilia contra padres, Almodóvar mostrou um colégio semelhante a um campo de concentração, onde crianças de shorts e padres tarados convivem felizes e alegres sob o belo sol da Espanha.

Apesar do tratamento mais do que carinhoso oferecido pelos padres, nenhum dos protagonistas quer deixar o colégio, uma vez que os dois vivem um belo romance gay infantil. Em seu primeiro romântico encontro, dentro de um cinema próximo da escola, eles graciosamente tocam uma punheta um para o outro. O amor é lindo, não?

Uma infãncia tão tenra só podia gerar adultos equilibrados e sadios. Justamente por isso, os protagonistas se tornam homossexuais viciados em cocaína. Um deles dirige filmes voltados para o mercado mix (ou seja, filmes de viado), o outro é um ator de quinta categoria que está procurando emprego e tentando vender a história das viadagens que fez quando estava no colégio.

Depois disso, o filme entra em uma fase de chantagens e subornos, recheado por várias cenas de sexo gay... nada contra os gays e nem contra as cenas, mas o uso dado a tais cenas pelo diretor fugia totalmente do contexto do filme. Fora que as cenas tinham uma fotografia digna das pornochanchadas brasileiras.

Resumindo... o ator não era a criança do começo do filme, mas o irmão viado da criança viada do começo do filme. Além de tudo, a bicha farsante assassinou o próprio irmão com a ajuda do padre. Enquanto isso, ela vivia como amante do diretor em busca de um papel no filme e fazia estágio com um travesti tentando se parecer com um deles.

Almodóvar tentou atacar a igreja e não conseguiu: o ataque veio de muito baixo para atingir a imagem da Santa Sé. A pedofilia existe em diversos setores da sociedade e não se pode responsabilizar a instituição Igreja pelas faltas de seus membros.

Almodóvar tentou mostrar o mundo homossexual como um mundo normal e não conseguiu: Mostrou um mundo promíscuo, marcado pelo consumo de cocaína, pela chantagem e pelo uso do cu na obtenção de empregos... ou seja, ajudou a aumentar o preconceito contra aqueles que tentou retratar.

Decepcionante o filme. Ainda mais sabendo que ele veio da mesma mente que criou os ótimos 'mulheres à beira de um ataque de nervos', 'átame' e, principalmente, 'fale com ela'! Almodóvar nunca deixa ninguém indiferente a seus filmes, mas desta vez a reação de quem assiste é a de náusea.

Troféu pra ele!

15.11.04

Conto

Dez Segundos

Aqui estou eu a alguns segundos do meu destino. Sentado e preso nesta cadeira que muitos temem, mas não eu, pois cumpri com o meu papel e a minha morte não será em vão.
Este pouco tempo que tenho me faz pensar sobre muitas coisas, pois pensar é a única coisa que posso fazer agora. Lembro-me de minha família, de minha mãe, de meu pai...Ah! Meu pai! A primeira pessoa que eu vi quando nasci e a primeira pessoa que matei. Foram doze facadas naquele safado que batia na minha mãe. Eu tinha apenas 12 anos. Neste dia, um instinto nasceu em mim.
E muitos anos se passaram. Com 23 anos, entrei em uma briga com um amigo. Resultado: minha Segunda morte. Percebi como era bom matar alguém. Eu sentia uma paz interior ao ver uma pessoa agonizando por minha causa, gostava da sensação de poder que a morte me dava. Este ato de matar logo virou um vício. Matava por qualquer razão ou mesmo sem razão, mas sabia q isso não ia durar pra sempre, pois as coisas aqui no Texas, neste belo pedaço de terra americana, não funciona assim. Aqui é “olho por olho, dente por dente”.
Agora eu estou aqui, a dez segundos do meu “gran finale”, com o meu encontro com a morte, esta velha conhecida que já me deu anos de felicidade. Não me arrependo das coisas que fiz.
Acabou meu tempo, quero sentir a dor da eletricidade acabando comigo. Nada mais belo do que terminar a minha existência enfrentando a mesma morte brutal que ofereci a cada uma de minhas vítimas. Cada instante da dor do choque irá purificar os meus atos passados. Estou pronto pra morte. Neste momento o guarda abaixa a alavanca.........


Conto escrito por Guilherme Pereira e com uma certa ajuda de meu irmão Rafael, baseado na obra de Albert Camus “O Estrangeiro”.

10.11.04

Os três porquinhos

Mensagem anônima, que eu recebí da minha chefe hoje de tarde



Era uma vez 3 porquinhos. Talvez fossem irmãos ou primos, não se sabe e não importa. O que importa é que era três e eram conhecidos por suas diferentes personalidades.

O 1º era tão CDF que antes dos 10 anos já havia decorado a tabela periódica. O 2º não era muito estudioso, passava com a média na estica e tratava-se, portanto, de um medíocre. Já o 3º largara a escola no 1º dia de aula, indignado por haver 5 aulas e somente 1 recreio. Curtia reggae e passava seus dias numa rede ouvindo Bob Marley.

Um belo dia o CDF chamou os outros dois e deu um alerta: "Meus camaradas porquinhos, um terrível perigo ronda nossos lares, um faminto lobo mau, que adora comer porquinhos!" Só há uma saída, construirmos casas para nos proteger, assim o lobo dará literalmente com a cara na porta. Naquela mesma tarde, os três porquinhos começaram a construir suas casas.

O porquinho CDF fez uma planta, comprou tijolos, cal, cimento, janelas de alumínio, azulejou a garagem, pôs antena parabólica, alarme e portão eletrônico. O medíocre pegou umas madeiras que havia pela floresta, amarrou uns arames que sobraram da construção do CDF, pôs umas luzinha natalinas para dar uma diferenciada e considerou o trabalho por acabado. Já o porquinho preguiçoso olhou toda a movimentação deitado a beira do rio, achando tudo muito engraçado. Quando os outros acabaram suas obras, foi até um coqueiral, colheu um montão de palhas e fez sua casam, a qual chamou de Lagoa Azul Style.

O CDF avisou, caro amigo, porquinho preguiçoso, te contentas com pouco agora, referes o balançar de tua rede do que o suor de tua testa, mas a hora do lobo há de vir e o bico vai pegar literalmente. Mas, o preguiçoso nem ouviu porque estava com o walk-man ligado. Muito tempo se passou, o CDF estudando, o medíocre fazendo suas tarefas e o preguiçoso curtindo a vida, ouvindo música e comendo muita jabuticaba,
ah, sua rede estava presa entre duas jabuticabeiras...

até que o destino preparou uma das suas. Não meus caros, para surpresa dos porquinhos e inclusive a minha, que jamais imaginei esse final, a desgraça não veio em forma de lobo, mas, de um terremoto, 8,5 na escala Richter. O solo tremeu por 50 segundos, nessa que foi, sem dúvida, a maior desgraça naturas na história da literatura infantil. O CDF acabou soterrado embaixo de todo o concreto destinado a lhe proteger, o medíocre foi eletrocutado pelas luzinhas chinesas de natal e só o preguiçoso sobreviveu, sob a fina camada de palha que caiu sobre o seu corpo.

Dizem que apesar da saudade dos amigos, ele vive feliz para sempre, ouvindo reggae e comendo jabuticabas em sua rede. Ainda mais agora, que ouviu dizer que o lobo foi morto por uns caçadores, logo após engolir uma vovozinha, lá pros lados de Santa Catarina.

4.11.04

Enquete nº2

Quem se parece mais com o nosso futuro prefeito??



Ou

Música de pouca qualidade

Bom, como vocês já sabem, eu faço estagio no jurídico de uma grande empresa. Uma das vantagens em fazer estágio em empresas desse tipo é que não preciso ficar camelando pelos fóruns da nossa cidade, já que eles colocam um carro e um motorista a nossa disposição. Aqui começa o meu drama...

O carro que é disponibilizado para nós possui um rádio... isso deveria ser bom, já que assim eu poderia curtir uma música no meio do expediente, me distraindo um pouco enquanto eu fico no trânsito de uma cidade como São Paulo. Mas o que acontece é que eu acabo tendo que dividir a escolha das rádios com o motorista, que é uma pessoa muito legal, mas que possui um gosto musical um pouco duvidoso.

Band FM, transcontinental, sucesso FM, 105FM. Esta fauna radiofônica faz parte da minha rotina diária de trabalho! entre um pagode e um axé, sou obrigado a me deparar com pérolas do tipo "vai seu molenga, mexe a lenga lenga"!

Nada contra o samba própriamente dito. Existem sim grandes músicos no samba e pagode, apesar de eu não gostar muito deles (como exemplo, temos Jorge Aragão, Dudu Nobre, Zeca pagodinho, Cartola, Adoniran Barbosa, Fundo de quintal...) O que faz essas rádios "populares" serem insuportáveis é o fato de que as músicas que elas tocam tem aquele estilão de "som produzido no atacado". O nosso povo sem cultura consome diariamente altíssimas doses de música enlatada, produzida por encomenda.

Isso acaba resultando em uma coisa: canções monotemáticas. Acho que 99% destas músicas falam sobre relacionamentos amorosos. O que muda é a perspectiva: Ou o homem deixa a mulher, ou a mulher deixa o homem, ou são ensinados movimentos sensuais para a conquista de alguém, etc. Ou seja, essas músicas não despertam nas pessoas quaisquer pensamentos que não estejam ligados aos relacionamentos amorosos e sexuais. Não que fazer as pessoas pensarem em coisas importantes seja o papel da música (pra isso existem as escolas, não?), mas como essas pessoas conseguem passar o dia inteiro ouvindo as mesmas coisas, as mesmas palavras cantadas apenas em rítmos e batidas diferentes? Como elas conseguem passar o tempo todo com apenas uma única idéia na cabeça?

Porra... será que nenhum pagodeiro pode escrever que acordou mal-humorado, que queria comprar um carro, que gosta do santos? Apenas AMOR, AMOR, AMOR! Por isso eles tem tantos filhos e vivem enrolados com o pagamento de pensões! É como se a música fosse uma grande novela mexicana!!!

A resposta é simples: falar de relacionamento é fácil (qualquer imbecil consegue arrumar alguém pra transar) e vende bastante, já que pessoas que não tem contato com outras formas de cultura acabam se vendo restritas a falar do que compõe sua realidade! Vai ver é por isso que Nietzsche, no século XIX, já dizia que essa supremacia que os assuntos românticos exercem nas pessoas sobre os demais assuntos é um claro sinal da decadência do espírito do homem... (V. `Aurora`, acho que no livro 2)

Meu motorista vai ter que me desculpar, mas acho que o bom velhinho do sobrenome complicado estava certo desta vez!