13.5.06

Cidade sitiada

Cidade Sitiada

Cara eu só queria que fosse verdade
Só queria que você acreditasse em mim
São meus os meus problemas, posso resolvê-los
Ao menos eu achei poder agir assim

Ela me disse que o futuro estava logo ao alcance da mão
E que o mundo era um parque, uma grande diversão
Que o passado podia ser controlado daqui
Já que o tempo existia só pra fazer feliz

Mas eu pensava em dinheiro e em dias de sol
Em perfume de cereja e vestidos de cetim
Ela falava em amizade - coração aberto
Abraçava o mundo inteiro mas estava por perto

-

Cara eu só queria não lembrar de nada
Só queria esquecer os meus sonhos ruins
São meus os meus dilemas, eu preciso deles
Ao menos pra poder te descrever assim

Ela me disse que a amizade era cantada de olhos fechados
Em livros existenciais, em duplo sentido
Cidades sitiadas, histórias mal contadas
Situadas num romance longe de qualquer lugar

Mas eu pesava a vertigem e a vontade de voar
E a cerveja necessária pra fugir dali
Ela falava muito menos do que eu gostaria
(...)

-

um dia ela me disse “ficarei pra sempre”
desde aquele dia nunca mais a vi



Baseado em um romance de Clarisse Lispector que não terminei de ler...

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Imagina se já tivesse lido tudo... ficou bem legal! Msm.
Bjuz. :)

7:34 PM  
Blogger Rafael Pereira said...

Na verdade, achei livro é uma bosta... por isso eu não terminei de ler!

os textos da Lispector são escritos como a carne de churrasco grego [e assada: girando, girando, girando... e qdo vc vai ver, eh muita gordura e pouca carne!

mas valeu pela foto q o livro deixou... essa poesia eh uma foto do q senti qdo li o texto, um lance de metalinguagem! :)

2:32 AM  

Postar um comentário

<< Home